“O Proconve P-8 traz muitas vantagens para o negócio do frotista”

“O Proconve P-8 traz muitas
vantagens para o negócio
do frotista”

Em tempos de debates amplificados sobre ESG e o futuro do planeta, a necessidade de mudanças nas frotas de ônibus e caminhões para redução da emissão de poluentes também é reforçada em pauta. E o Euro 6 (ou Proconve P-8) chega ao Brasil exatamente para regulamentar e auxiliar no desenvolvimento dos sistemas de veículos pesados.

O conjunto de normas, que entraria em vigor em 2022 e foi postergada devido aos impactos da pandemia sobre os fabricantes de veículos, está fazendo a indústria se movimentar para atender às novas exigências em prol de melhorias sustentáveis significativas. Mas quanto isso impacta a sua gestão, frotista?

Para saber a resposta, conversamos com Marcos Andrade, gerente sênior de Marketing de Produto & Estratégia de Caminhões da Mercedes-Benz do Brasil. Confira, a seguir, a entrevista exclusiva desta edição Vozes do mercado, da newsletter Frotas em Movimento.

Boa leitura!

Pingue-pongue

Marcos Andrade

Gerente sênior de Marketing de Produto
da Mercedes-Benz

Frotas em movimento: Em linhas gerais, qual é a importância do Proconve P-8?
Marcos Andrade: Se voltarmos alguns anos, lembramos que era muito comum associar veículos comerciais movidos a diesel com aquela imagem do escape mostrando a fumaça preta. E isso, de uns tempos pra cá, acabou. O Proncove foi reduzindo a emissão do material particulado e NOX e, agora, na fase Proncove P-8, a gente já dá mais um passo gigante. Do Proncove P-8 para o P-7 a gente reduziu em 80% o NOX e 50% o material particulado. Então, do ponto de vista ambiental, é um passo extremamente importante para a sociedade, especialmente quando você fala de ambientes urbanos, melhorando muito a qualidade de vida das pessoas.

Frotas em movimento: E qual é a relação entre o Proconve P-8 e o Euro 6?

Marcos Andrade: Basicamente, o Proconve P-8 foi feito baseado no Euro 6. O único detalhe é que o Euro 6 apresenta algumas fases. Então, o Proconve P-8 corresponde à fase c do Euro 6, a primeira fase. Mas as definições são semelhantes, tanto que as tecnologias utilizadas na Europa para o Euro 6 são exatamente as mesmas tecnologias que a gente tem aqui no Brasil. A grande diferença é que o Brasil possui um programa muito robusto de desenvolvimento de biodiesel, que foi o nosso foco durante os últimos anos para assegurar o alcance das metas de redução da emissão do material particulado e NOX, com um diesel com conteúdo alto de biodiesel.

Frotas em movimento: Como a Mercedes-Benz está se movimentando para atender às exigências e o que o frotista pode esperar dos novos modelos?

Marcos Andrade: A gente procurou não fazer uma revolução, mas, sim, uma evolução dos nossos produtos. Então, mantemos os motores clássicos que o mercado já conhece e a gente traz como novidade a última geração do OM471, que é o nosso motor mundialmente mais potente e moderno, tecnologicamente falando. É uma solução que atende a todos os interesses: da sociedade, com a redução de emissão de poluentes; e do frotista, com uma significativa redução no consumo de combustível.

Frotas em movimento: Na prática, o que muda nos caminhões?

Marcos Andrade: Basicamente, o pós-tratamento. Os motores em si tiveram uma evolução para melhorar a combustão, mas o ponto principal é que a gente teve que expandir o que é tratado depois da combustão. Tivemos que adicionar dois módulos: o D.O.C, que é um catalisador para reduzir hidrocarboneto, e mais um componente, que é o D.P.F, uma barreira para os materiais particulados. O nosso grande desafio é fazer isso de forma eficiente, com bom custo e otimizando a manutenção.

Giro rápido

A gente procura ir além da legislação, trazendo um pacote de melhorias para o cliente, para que ele veja que há benefícios que vão além da redução de emissão de poluentes. Quem tiver um veículo Proncove P-8 vai sentir, claramente, um desempenho muito melhor e um consumo de combustível muito mais otimizado.”

Frotas em movimento: Por falar em manutenção, como isso impacta diretamente a cadeia produtiva? Vai trazer inovação ou até mesmo necessidade de mão de obra qualificada?

Marcos Andrade: A gente modificou a nossa eletrônica. Isso tem um aspecto positivo, pois ao atualizar os componentes eletrônicos, você coloca componentes mais modernos e, quanto mais modernos os componentes, mais fáceis de encontrar no mercado. Por outro lado, o caminhão fica mais eletrônico, impactando a formação e especialização de toda a cadeia produtiva. Inclusive, os fornecedores também ganham uma importância maior. Além disso, temos um amplo processo de treinamento, em todos os nossos clientes, para que eles consigam lidar com essas novidades.

Frotas em movimento: Qual é a sua principal mensagem para os frotistas?

Marcos Andrade: Para não ficarem ansiosos ou preocupados com a tecnologia do Proconve P-8. Estamos entregando caminhões robustos e o cliente não vai sentir necessidade de fazer nenhuma mudança radical. Ele só vai se beneficiar com as vantagens de ter uma frota mais moderna, com um consumo de combustível melhor e um plano de manutenção com períodos de troca de óleo mais extensos. Então, o frotista pode ficar tranquilo.

Opinião

Futuro: "As pessoas que trabalham com caminhões começam a ter uma
formação mais mecatrônica do que puramente mecânica. O caminhão
puramente mecânico, de 30 anos atrás, não existe mais."

Predição: "Hoje, com toda eletrônica embarcada no veículo e análise dos
dados gerados, é possível se programar, fazer a manutenção e evitar que
o caminhão falhe no meio da estrada. É monitorar o presente e, também,
se preparar para o futuro".

Consumo de óleo: “Nós passamos a usar um óleo de baixas cinzas e
otimizamos os anéis dos pistões para auxiliar na redução de consumo de
óleo em todos os motores, para também associar isso à redução de
emissão de poluentes.”