|  | Indústria em movimento | Edição especial Mobil™
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O que você pode aprender com o caso de sucesso do Moove Engineering Solutions | A inovação aberta já mostrou ser um sucesso e é o modelo de escolha de 75% das empresas neste momento, segundo um relatório do Capgemini Research Institute, divulgado pelo The Shift. No mesmo relatório, porém, um número significativo de participantes diz que esperava mais dos resultados. A história que você confere nesta edição especial da newsletter Indústria em movimento dá algumas pistas para entender essa aparente contradição. Ao acompanhar a jornada de inovação da Moove, empresa que produz e distribui os lubrificantes da marca Mobil™ no Brasil, fica claro que os resultados podem ser, sim, extraordinários, mas que alguns fatores são essenciais para que se chegue lá. | A seguir, Brenno Rocha de Brito, Gerente de Soluções & Inovação na Moove, e Maximiliano Carlomagno, sócio-fundador da Innoscience, consultoria especializada em inovação corporativa, compartilham bastidores e os principais aprendizados da criação do Moove Engineering Solutions, a recém-lançada plataforma de soluções para a indústria da Moove. | Boa leitura! |
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Pingue-Pongue |  | Brenno Rocha de Brito | Gerente de Soluções & Inovação na Moove |
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|  | Maximiliano Carlomagno | Sócio-fundador da Innoscience |
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Indústria em movimento: Por que e como a Moove escolheu a inovação aberta para a criação do Moove Engineering Solutions? Brenno de Brito: A indústria é uma parte importante do futuro do nosso negócio, e desenvolver soluções que nos conectam ao futuro da indústria é um dos nossos desafios. A inovação aberta foi o caminho escolhido, pois permite a criação de um ambiente colaborativo, no qual aliamos a nossa expertise ao know-how de diferentes parceiros das mais diversas áreas do conhecimento e, com isso, desenvolvemos soluções inovadoras em menor tempo e com menor custo. O nosso primeiro contato com inovação aberta foi por meio de um projeto de digitalização do varejo, que se tornou o Pede Direto, no qual já contamos com o apoio da Innoscience. Depois dele, a partir de um direcionamento estratégico focado na Indústria, demos início a vários movimentos, dentre eles o projeto de soluções industriais que, posteriormente, se tornou o Moove Engineering Solutions. Nós começamos reunindo pessoas de diferentes backgrounds – do marketing, do financeiro, da engenharia, de vendas – em uma força-tarefa, utilizando metodologia ágil para entender qual seria a nossa participação no futuro da indústria. Nesse processo, escutamos também as diretorias, as gerências e, é claro, os clientes. A partir daí, mapeamos uma infinidade de territórios de oportunidade e priorizamos de acordo com a forma de desenvolvimento: se em parceria com startup, se com fornecedores estabelecidos ou in-house. Cinco desafios foram escolhidos para serem desenvolvidos em parceria com startups, viraram pilotos, passaram por validações, incertezas, sinergias e tornaram-se soluções, uma delas a ser lançada agora, no segundo semestre. |
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Indústria em movimento: Houve algum momento em que ficou especialmente claro que a colaboração era o caminho, que era essencial para o sucesso do projeto? Brenno de Brito: Em vários momentos. Soluções industriais são complexas, e uma solução completa é, por si só, multidisciplinar. Nós somos especialistas na lubrificação industrial. A lubrificação é fator-chave para garantir a produtividade do cliente, mas tem muita coisa que vai além do nosso core business. Então, quando queremos lançar uma solução para, por exemplo, garantir a confiabilidade do equipamento do cliente, não conseguimos fazer sozinhos. Precisamos nos aliar a quem tem essa expertise. É aí que entra a startup. Nós escolhemos startups que têm produtos validados e colocamos a nossa expertise em lubrificação. Por exemplo: existem vários modelos que avaliam a condição de um ativo no mercado. Mas modelos que consideram a variável da lubrificação? Não há. Então, a partir do momento em que criamos uma parceria no desenvolvimento de uma solução, temos uma relação ganha-ganha: a startup tem a oportunidade de acessar uma série de clientes, uma vez que temos uma grande rede de distribuição e boa parte das indústrias operando no Brasil utiliza algum produto Mobil™; e nós conseguimos levar aos nossos clientes soluções robustas e inovadoras ao desenvolver um produto aliando a profunda experiência da Mobil™ às novas funcionalidades dos produtos das startups. | Indústria em movimento: Da experiência que a Innoscience tem com a indústria, o que destacaria desse projeto com a Moove? Maximiliano Carlomagno: A característica da Moove, que é de pessoas que estão a fim de fazer as coisas e de ter o apoio da alta gestão. A vontade de começar é frequente, mas a disciplina e a resiliência para ir até o final são raras. Então, houve direcionamento, apoio, governança e disciplina na execução. O nosso papel ali foi de dar uma alavanca técnica, metodológica, mas em alguma medida também motivacional, no sentido de empoderar a Moove a acreditar nessa história. A gente se vê assim: um pouco médico, um pouco personal trainer. Médico no sentido de: “cara, nós vamos te dar aqui um remédio que vai te poupar tempo e dinheiro, porque a gente já viveu isso várias vezes”. E personal trainer porque nós vamos acordar às sete da manhã para “malhar” contigo. O consultor é visto como o cara que vem, dá as ideias, diz o que fazer e vai embora. Nesse tipo de projeto, a gente executa, a gente quer ir até o final porque queremos ver o projeto ganhar vida, porque é isso que, em última análise, nos realiza também. |
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Indústria em movimento: A partir dessa experiência, esse modelo de inovação vai ser aplicado em outros projetos da Moove? Brenno de Brito: Esse não foi um projeto que criou a inovação dentro da empresa. A inovação está na nossa cultura, no nosso dia a dia. Ela está no operador que sempre carrega a pilha de material pela esquerda com a empilhadeira e que, de repente, vê que se ele vier pela direita, ele corta a volta e muda o processo. O nosso esforço é de como nos estruturamos para fomentar ainda mais, como nos organizamos para garantir que a inovação gere um resultado positivo na Companhia. Todo o racional é o de resolver problemas, e isso não nasceu e nem vai morrer nesse projeto. |
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| Inspire-se nos aprendizados da Moove. |
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|  | | “O primeiro é saber o que tu queres, com clareza. A Moove sabia. É entender o papel da inovação no teu negócio. A gente quer ampliar a oferta de serviço? Trazer eficiência ao negócio existente? Criar novos negócios? Reduzir custo? A formação dos times de projetos também é importante, porque não adianta colocar o cara que está em 32 projetos e esse ser o 33°. E a experimentação. O experimento é uma técnica humilde de gestão. É o: ‘eu não sei. Vamos saber, vamos aprender juntos’.” |
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|  | | “Você não sabe o que está fazendo. Todo mundo que inicia uma jornada não sabe o que virá pela frente. E pode ser uma surpresa tão grande que te faça questionar o projeto como um todo, como nós questionamos várias vezes. Então, alie-se a alguém que saiba, que tenha percorrido um caminho parecido, ou tenha percorrido esse caminho, porque ele vai te dar direcionamentos, vai trazer insights, vai garantir o que é esperado e o que não é esperado. Tenha um parceiro de confiança, como nós tivemos a Innoscience.” |
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|  | | “A organização tem que estar envolvida como um todo. Essa é a razão de sucesso do nosso projeto. A inovação não pode ser uma célula, uma gerência, uma coordenação, um colaborador cumprindo a jornada do herói, porque isso vai morrer, não vai ser prioridade na organização. Inovação tem que ter um sponsor muito forte. Nós tivemos dois, hoje nossos vice-presidentes, e isso é fator-chave, porque você vai precisar de recursos, de hora, de apoio e mostrar o que você está fazendo. Você vai precisar do sponsor para que o projeto ganhe relevância e prossiga apesar das várias prioridades ‘para ontem’ de uma empresa.” |
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|  | | “Faça benchmarking com outras indústrias e outras empresas que estão inovando. Isso é algo que poderíamos ter feito mais. Entre tantas empresas inovadoras, tem alguma que tem um perfil parecido com o seu. Tem empresa que colocou um fundo milionário de venture capital e quer comprar outras empresas. Tem empresas que começaram de maneira orgânica a desenvolver inovação lá dentro e a se conectar com startups por meio de programas de inovação aberta. Tem empresas que pegaram projetos em níveis de maturidade diferentes e trouxeram para dentro de casa. Veja o melhor fit e aprenda com os colegas. Nós, da Moove, estamos à disposição, já que estamos percorrendo essa jornada e temos muito aprendizado nesse caminho.” |
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|  | | “Saiba escolher muito bem as startups, porque é um mar de oportunidades e de soluções. Algumas, com maior nível de maturidade, possuem soluções prontas e podem não querer fazer algumas adaptações necessárias. Tem as que estão num nível de maturidade muito baixo: ela tem uma ideia, mas não tem um produto pronto. Logo, a empresa vai precisar investir mais e um maior tempo de desenvolvimento será necessário. Startups menos maduras também são mais baratas e o potencial de ganho quando a solução escala é maior. Então, entender o que você quer e escolher bem a startup dado o nível de maturidade é fator crucial para o projeto.” |
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